As eleições para governador do estado em 1998 e o governo da Frente Popular entre 1999 e 2002 sempre foram uma referência política importante para os setores democráticos, populares e da esquerda gaúcha. Seja pelo contexto de polarização política, social e ideológica que permeou a vitória eleitoral, seja pelas mudanças e conquistas construídas pelo governo, seja pelo cerco feroz montado pelas classes dominantes gaúchas contra o PT e o governo, seja pelas divergências e disputas internas ao campo da esquerda, especialmente ao PT.
A experiência vivida pela esquerda gaúcha e por milhares de militantes foi reelaborada e refletida de diferentes maneiras, individualmente ou coletivamente. Porém, passadas mais de duas décadas, essa experiência, por diferentes razões, merece ser “revisitada” para uma leitura política, com vistas a extrair dela ensinamentos e reflexões que possam ajudar os milhares de militantes de hoje e suas organizações a construírem novas vitórias e que, a partir dessa experiência, consigamos enxergar mais longe.
Entre as razões, porque assim como frente ao governo Britto (1995-1998), presenciamos um governo do estado orientado por uma agenda neoliberal, de privatizações, de retirada de direitos e orientado a atender aos interesses do grande capital. E o campo popular, guardada todas as particularidades históricas, conseguiu à época construir um caminho para derrotar o governo eleitoralmente e politicamente.
A experiência do governo da Frente Popular também é importante de ser debatida pelas mudanças e conquistas construídas nas mais diferentes áreas, experiências que foram ponto de apoio para elaboração de políticas públicas e de programas para muitos outros governos do PT e da esquerda. A profundidade e a perspectiva de projeto político que permeavam e moldavam aquele programa estão reduzidas nos tempos que correm, e trazê-las com o devido senso crítico pode ser uma contribuição para oxigenar e enriquecer o debate nos dias atuais.
Também, entre outras razões, compreender o cerco construído pela classe dominante gaúcha visando derrotar a esquerda. Um cerco imposto, a começar, pelo oligopólio da mídia, por uma dura oposição social, política e parlamentar, que corroboraram inclusive com o fenômeno ideológico do antipetismo. Hoje estes mesmos setores estão organizados, em uma parcela significativa, na extrema-direita e/ou servindo de escudo ao governo Eduardo Leite e precisam ser melhor compreendidos em sua história, em seus métodos e em suas articulações.
Enfim, com isso, queremos demonstrar que não faltam razões para realizarmos uma atividade, como um seminário, que busque refletir sobre elementos para uma leitura política do governo da Frente Popular.
19h – Abertura do seminário: “Como chegamos lá? ”
– Olívio Dutra, candidato a governador do estado em 1998
– Júlio Quadros, presidente estadual do PT em 1998
9h – 1° Mesa – “As mudanças construídas pelo governo da Frente Popular ”
– Lúcia Camini, ex-Secretária de Educação e doutora em Educação
– Arno Augustim, economista e ex-secretário da Fazenda
– José Hermeto Hoffmann, ex-secretário de Agricultura
13h30 – 2° Mesa – “A oposição e o cerco construído pela classe dominante gaúcha”
– Paulo Torelly, advogado e ex-procurador geral do estado
– Celso Augusto Schröder, jornalista e ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas do RS
– Miguel Rosseto, ex-vice-governador e deputado estadual pelo PT
15h30 – 3° Mesa – “O sentido histórico do Governo Olívio Dutra e as lições que ficam”
– Ary Vanazzi, ex-secretário de Habitação e ex-prefeito de São Leopoldo
– Jefferson Miola, articulista e ex-coordenador-executivo do Fórum Social Mundial (a confirmar)
– Rosana Tenroller, ex-coordenadora regional do Orçamento Participativo e ex-vereadora pelo PT em Ijuí
17h30 – Encerramento
CPERS – Av. Alberto Bins, 480 – Centro Histórico, Porto Alegre – RS
No local do seminário, no CPERS, há possibilidade de alojamento (do dia 25 para o dia 26) e de janta (no dia 25) e almoço (no dia 26).
As refeições custam R$ 25,00 (cada)
O alojamento custa R$ 40,00 (vagas limitadas)
O Seminário é gratuito porém, se você puder, solicitamos uma contribuição para manutenção da ELAHP.
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